Irmá Benigna

Amigos e Devotos Falam da Venerável Benigna

Francisco Pereira da Silva

Data: 16/12/2021

Edição: 80

Lavras, 30 de Janeiro de 2009

 

 Meu nome é Francisco Pereira da Silva, tenho 83 anos. Conheci a Irmã Benigna no Asilo há muitos anos. Eu era motorista de táxi e levava a Irmã Benigna para todos os lugares onde ela precisava ir. A última corrida que eu fiz para ela foi para a Rua Dr. Gammon. Ela foi visitar uma pessoa que ela gostava muito. Ela ia muito a minha casa, rezava e conversava. Eu e minha esposa Francisca Vitor P. de Silva, conhecida como Dª Duinha, que hoje é falecida, recebemos uma graça por intercessão da Irmã Benigna, quando ela ainda estava viva. Nós já tínhamos perdido muitos filhos, uns quatro. Minha esposa tinha o sangue RH negativo, com isso as crianças nasciam e morriam. Hoje, tem recursos para evitar esses problemas, mas naquele tempo não havia. Durante a gravidez em que nasceu a minha filha Maria Nazaré, a Irmã Benigna acompanhou com as Orações. Ela sempre rezava conosco e falava: essa aí vai escapar. Quando ela nasceu, nós levamos para Belo Horizonte, ficou em observação, mas não precisou de nenhum cuidado especial. Deu tudo certo. Hoje a minha filha está com 47 anos e eu agradeço à Irmã Benigna por sua vida. A Irmã Benigna gostava muito de nós e nós também gostávamos muito dela. Ela rezava demais para nós. Eu já trabalhei com caminhão, trabalhava com táxi e nunca tive problemas. Uma vez, estavam roubando muito os táxis em Lavras, comigo não fizeram nada. Outra vez, eu levei uns rapazes num lugar perto de Perdões. Eles pareciam ser maconheiros, quiseram parar numa farmácia e compraram muitos vidros de xarope, entorpecentes. Chegando ao lugar marcado, tinha mais dois rapazes esperando por eles. Eles pagaram e eu voltei. Eu escapei, porque Deus me livrou, porque Irmã Benigna, a todo momento, pedia por mim. Certa vez, eu a levei em Nazareno. Ela pediu para levá-la para visitar o túmulo do Padre Heitor. No carro ela rezava, conversava e gostava de cantar. Ela tinha umas fitas de músicas e gravações, na volta nós viemos ouvindo. Dona Fiúta foi conosco, ela gostava muito da Irmã Benigna. Às vezes, Irmã Benigna ia lá em casa, almoçava, e depois nós íamos até a Fernão Dias passear de carro. Ia e voltava só para passear. Eu oferecia e ela aceitava, ela gostava do passeio. E ainda levávamos frango assado, comia lá, depois voltava. Na volta ela pedia para passar na casa de um casal muito amigo dela, na casa do Cláudio e da Simone. A Dª Simone gostava muito da Irmã Benigna. Ela rezou com o filho deles. Como ela estava tomando muita água, acharam que fosse a diabetes. Eu falei que era por causa do frango que ela tinha comido. Ela ria muito e confirmava. A minha esposa gostava demais da Irmã Benigna. Qualquer lugar que ela precisava ir, eu levava, esperava e trazia de volta. Rezei muito com ela. Uma vez eu a levei num comércio, ela estava precisando de um cadeado e o dono da loja não deu. Fiquei muito triste. Uma loja tão grande, o que valia um cadeado para ele? Pois ela saiu e ainda falou: “Deus lhe pague”. Ela não desanimava. Ia nos comércios, na Santa Casa rezar com os doentes e sempre era eu que a levava. Eu aproveitei mesmo, não perdi tempo, eu a ajudei o quanto eu pude. Quando ela se aproximava, a gente sentia paz. Ela não reclamava de nada, mesmo quando recusavam a ela alguma coisa que ela pedisse. Nunca magoou ninguém. Uma pessoa maravilhosa. Ela é que fez a Capela no Asilo. Conseguia junto aos amigos de Belo Horizonte o dinheiro para construir a Capela. Muitas vezes o material que ela conseguia, quando ia usar tinha desaparecido. Ela não reclamava, Deus mandava mais. Eu também acompanhei a construção da Gruta que ela fez. Ficou muito bonita. 

 

Francisco Pereira da Silva

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