Amigos e Devotos Falam da Venerável Benigna
Rosemary Asmar Pereira
Data: 16/04/2022
Edição: 82
Lavras, 16 de janeiro de 2011.
Meu nome é Rosemary Asmar Pereira, tenho 65 anos. Conheci a Irmã Benigna quando estudei no Colégio de Lourdes. No recreio íamos atrás dela e pedíamos para ela rezar para nós. Tínhamos uma coisa assim com ela, ela era muito agradável com a gente. Depois passei uns anos fora daqui, fui morar em outra cidade e quando me casei, voltei para cá e assistia as missas lá no asilo com minha cunhada.
Lá no asilo, eu participava ajudando as crianças e os adultos, e com isso foi crescendo a convivência da gente com ela. Passados uns anos, em 1977, eu tive um problema muito sério de circulação, um problema linfático que paralisou a circulação da minha perna direita e eu fiquei sem andar. Eram várias bolhas. Eu pedi ao médico para fazer o tratamento em casa porque tinha 3 crianças e assim podia ficar perto delas e minha mãe cuidava de mim. O médico confiou e deixou com a condição de eu não levantar da cama pra nada, repouso absoluto, ele disse que o caso era muito grave. Fazia parte do tratamento enfaixar, mas depois teve que tirar a faixa porque aquilo parecia que estava cortando, parecia que tinha um bichinho andando debaixo da faixa. Quando meu marido tirou a faixa, as bolhas encheram de líquido, foi uma coisa muito feia, muito feia mesmo, meu pé direito muito vermelho. Nessa época eu fazia faculdade e éramos muito unidas. Minhas colegas iam me visitar com seus maridos e um deles não teve coragem de entrar no quarto porque meu pé estava muito feio. Depois eu soube que talvez tivesse que amputar meu pé. Nessa época Irmã Benigna foi em minha casa com minha cunhada. Lá, ela rezava, rezava, rezava a Salve Rainha e às vezes pegava o livro de orações. Ela arrepiava toda e ficava sofrida de me ver naquele estado. Eu fiquei 40 dias sem descer o pé da cama, banho na cama, a parte posterior do meu corpo ficou cheia de escoras. Minha mãe que me ajudava. Irmã Benigna disse que eu não ia amputar o pé e que ia melhorar. Com suas orações, as bolhas começaram a secar e o médico assustou quando chegou lá em casa e viu as feridas, ele tirava as cascas e jogava no chão. Irmã Benigna chegava lá em casa, assentava nos pés da minha cama e com muita fé ela rezava e falava que estava enxergando o médico trabalhando na minha perna. E graças a Deus foi só melhorando. Então foi uma coisa emocionante!
Um dia ela me perguntou: “Cadê sua camisola assim, assim; ela deu as características da camisola, mas agora não me lembro a cor”. Ela foi com minha cunhada no guarda-roupa e procurou e não achou. E eu tinha essa camisola. Depois ela chegou na porta da cozinha, olhou para o alto, olhou, olhou para fora e disse: “É, foi enterrada no formigueiro. Depois disse que foi a cozinheira. Essa mulher não trabalhava em minha casa mais. Graças a Deus eu sempre fui boa patroa, nunca briguei, nunca fiz nada contra ninguém, mas infelizmente aconteceu isso.
Uns 60 dias depois, aproximadamente, eu estava boa, andando, fiquei curada. Depois disso eu encontrava com ela no asilo ou na casa de amigas. Irmã Benigna era uma santa, ela era pura demais! Hoje ela é minha grande companheira. Todos os dias eu rezo para ela. Falo nela todos os dias, ando constantemente com o retrato dela. Eu peço tudo para ela. Eu espelho nela a caridade. Acho que a beatificação de Irmã Benigna será a glória para nós, para Lavras inteira. Uma pessoa tão boa, tão santa, que fez tanta coisa boa para nós de Lavras, ela merece! Ela merece!