Irmá Benigna

Amigos e Devotos Falam da Venerável Benigna

Ana Maria de Oliveira

Data: 16/08/2022

Edição: 84

Vítima de Jesus! Assim deixou-se chamar e... Ainda mais, permitiu-se viver.

Sim, Irmã Benigna, já no seu nome ansiava o serviço despretensioso àqueles nos quais via seu Amado. Não nasceu “sem mácula”, no entanto nasceu com o anseio profundo de se aperfeiçoar na arte do serviço ao Reino.

De raça negra, origem humilde, não se permitiu a intimidação e nem o menosprezo de outrem. Com seu jeito simples de ser, se compadecia das misérias que assolavam a sociedade da época e não cabendo em si deixou-se por Jesus vitimar e a Ele ofertou suas possibilidades e sobremaneira seus limites para os serviços pelo Reino.

A todos cativava e de maneira simples ia àqueles que tinham posses e poderiam reparti-las com os menos favorecidos.

Amiga de deputados, de pessoas influentes e da alta sociedade, com eles angariava valores para ajudar na difícil tarefa de oferecer qualidade de vida aos velhinhos do Lar Augusto Silva em Lavras.

Jamais saía para uma “empreitada” sem antes colocar no colo carinhoso de Maria, a Mãe da Piedade, a quem se consagrou para “viabilizar” seu serviço aos desprovidos de dignidade humana tanto a nível espiritual quanto material.

A Salve Rainha, sua “oração-arma” vivia em seus lábios e nos lábios daqueles com quem mantinha contato. Sempre divulgou o amor e afeto à Virgem da Piedade.

A todos que a procuravam à cara de um apoio ou conselho, ela ouvia pacientemente e no final da “prosa” sempre rezavam juntos a Salve Rainha e o interlocutor (a) saía com o coração aliviado.

Morando na Santa Casa de Itaúna muito fez pelos doentes que por ela tinha autêntico afeto e por lá deixou muitos amigos, inclusive meu avô.

Em convivendo com Irmã Benigna nos seus últimos anos, no Asilo de Lavras, pude dela absorver o amor verdadeiro e sincero pela CIANSP e em especial por Maria a quem ela via nos mais sofridos.

Pude dela solicitar a oração “conjunta” da Salve Rainha e experimentei um gozo indizível. Era como se a própria Mãe de Deus conosco ali estivesse e nos tomasse no colo.

Dela pude ouvir palavras de apreço ao meu querido avô José Amâncio de Oliveira, que tocava na banda de música, por si fundada em Itaúna.

Vítima de Jesus!

Sem dúvida, ela sem o saber foi para mim impulso no meu desejo de ser para os homens, testemunho da ternura de Deus em suas histórias de vida tão sofridas.

Hoje, certamente, ela do lado Daquele de quem foi vítima aqui na terra, por nós olha terna e veementemente para que possamos ser dignos da promessa do mesmo: “onde eu estiver, estarás também vós...”

 

Ana Maria de Oliveira.

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