Irmá Benigna

Reportagem Especial

Irmã Benigna e o Residencial

Data: 16/12/2021

Edição: 80

Nas edições do Jornal Irmã Benigna Notícias deste ano, tivemos a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a trajetória da vida consagrada da Serva de Deus na Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade - Ciansp, a qual serviu, ao longo de 47 anos. Nos artigos, foram apresentados trechos com relatos de pessoas que conviveram com ela e testemunharam momentos da sua caminhada religiosa; também contamos com a participação de devotos, narrando sobre as transformações e graças alcançadas através da sua intercessão.

 

Iniciamos a série desses textos no mês de fevereiro, relatando como foi o ingresso da Irmã Benigna na Congregação; em abril, foram apresentados os dois períodos em que a Serva de Deus viveu e trabalhou no Asilo São Luiz, atual Recanto Monsenhor Domingos, em Caeté; em junho, escrevemos sobre o primeiro local onde ela prestou serviços pela Congregação, na antiga “Casa de Caridade Manoel Gonçalves de Souza Moreira”, em Itaúna; em agosto, foi a vez de descrever sobre o período em que ela trabalhou no Colégio Nossa Senhora de Lourdes e depois, quando prestou primorosos serviços no Lar Augusto Silva, ambos em Lavras, onde ela viveu por mais tempo e os últimos anos de vida; e em outubro, foram apresentados vários momentos em que ela esteve no Colégio Nossa Senhora da Piedade, em Belo Horizonte, percorrendo desde o período do Noviciado até os momentos em que ela precisou ser internada, vindo a falecer; apresentamos mais fatos que aconteceram durante o seu velório, quando também foi feita a sua máscara mortuária e relatamos mais detalhes do seu enterro no Cemitério do Bonfim.

 

Nesta edição, que acontece no Tempo do Advento, quando nos preparamos para celebrar o Nascimento do Menino Jesus, narramos um pouco mais sobre a vida da Irmã Benigna que tão bem soube acolher e levar o Menino Deus ao coração de muitos, e sobre o espaço que pertence à sua Congregação, localizado em Belo Horizonte, que receberá o nome de Residencial Irmã Benigna – RIB, em homenagem à sua caminhada como religiosa da Ciansp.

 

Em vida, a Irmã Benigna já era reconhecida por seus dons e virtudes, principalmente por levar paz e esperança a todos. Sua vida, moldada em Jesus Cristo e na sua devoção a Nossa Senhora, foi uma constante entrega e serviço a Deus e ao próximo. Para muitos, ela era a expressão viva da caridade, do agir misericordioso do próprio Cristo e, a exemplo d’Ele, tornou-se modelo de humildade, abnegação, bondade e amor. O cuidado que ela tinha com as pessoas era especial, ela priorizava a vida. Além de toda ajuda material, ela doava a sua própria vida para cada irmão, zelando sempre para que não se descuidassem do caminho da salvação. Sobre a sua devoção à Nossa Senhora, Irmã Áurea Maria Rocha, da Ciansp, relata em seu artigo publicado no Jornal Irmã Benigna Notícias - JIBN 2, pág 7: “E que dizer de seu devotamento à Mãe de Deus a quem sempre invocava e saudava com a SALVE RAINHA? Em decorrência dessa sua atitude mariana, à sua volta criou-se como que uma família de amigos, fiéis na devoção e invocação à Mãe de Deus”.

 

Irmã Benigna foi um “anjo" de Deus na vida de muitos e a presença d’Ele nela, era tão forte, que transformava pessoas, situações e ambientes aonde ela chegava, levando muitos à conversão. Também na Congregação, ela era modelo de cuidado e atenção para com suas co-Irmãs, partilhando amor, piedade, serviço e perdão. A esse respeito, Madre Teresa Cristina Leite, Superiora da Ciansp, relatou no JIBN 72, pág 2: “Uma mulher que viveu a fidelidade, ofertando o seu sim ao Senhor em sua Consagração Religiosa. Renovando-o nos calvários compartilhados no olhar e na vida de todos aqueles que a procuravam. O testemunho alicerçado da Irmã Benigna gerou vida, esperança, fé e alegria nos corações. Sua vida era uma resposta ao Carisma da Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade que estava entrelaçado à sua vocação e ao seu chamado mais profundo. Prontidão e alegria eram sua oferta de cada dia, seu viver era uma resposta ao Carisma Congregacional”. Também sobre a Irmã Benigna na Congregação, Madre Neusa Cota da Silva, Superiora da Ciansp na época da abertura do Processo de Beatificação da Serva de Deus, relata no JIBN 21, pág 4: “Como Congregação Religiosa, nós, Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade, nos alegramos e nos curvamos agradecidas a Deus que nos premiou com uma companheira tão dedicada e fiel na sua entrega, na sua expressão de fraternidade, de bondade, de alegria e de empenho para o crescimento do Reino de Deus neste mundo desejoso de paz e tantas vezes envolto em contradições”. Irmã Regina Figueiredo, da Ciansp, também descreve em seu relato, no JIBN 3, pág. 7: “Ao falar como Congregação, para nós que somos uma família cristã, Irmã Benigna se deixou modelar muito por duas pessoas dessa Congregação. Primeiro, por Nossa Senhora da Compaixão ou Nossa Senhora da Piedade, da Misericórdia; depois, pelo fundador, Monsenhor Domingos Pinheiro”.

 

Irmã Benigna morreu com fama de santidade. Após o seu falecimento, as pessoas passaram a pedir, ainda mais, a sua intercessão e buscavam conhecer um pouco mais sobre a sua história. A devoção a ela é fruto da sua vida de virtudes, da sua caminhada de fé e entrega a Deus. Devido aos seus exemplos e aos inúmeros relatos e testemunhos de graças alcançadas, a devoção foi crescendo entre crianças, jovens, adultos, idosos, unindo pessoas de todas as classes sociais. Os amigos e devotos têm levado pelo Brasil e pelo mundo o legado da Serva de Deus, seus ensinamentos, sua vida de virtudes e santidade. Missas e Momentos de Oração da devoção, que são realizados em diversas cidades, fortalecem a fé e a confiança das pessoas na sua intercessão junto a Jesus e Nossa Senhora, e muitas homenagens têm sido feitas a ela.

 

No Residencial Irmã Benigna – RIB, homenagem da sua Congregação à Serva de Deus, aconteceu um fato que marcou a história da Ciansp: após muitos anos da Casa estar em pleno funcionamento, abrigando a Casa Generalícia, o Noviciado Menino Jesus de Praga e a casa das Irmãs idosas da Ciansp, foi necessário vender grande parte do terreno, causando muita tristeza às Irmãs, porque o local fazia parte da vida de muitas delas. No momento em que se despediam da Casa que seria entregue, Irmã Benigna estava presente e pôde consolá-las afirmando que não precisavam chorar, porque aquele local voltaria a ser da Congregação. E isso de fato aconteceu, conforme as palavras da Serva de Deus. Passados alguns anos, a Congregação teve a oportunidade de readquirir o imóvel e, em 2019, tiveram início os trabalhos de reforma. Ele está sendo preparado para acolher as Irmãs idosas e, também, idosos leigos, com a intenção de que se torne, para todos, um espaço de acolhida, alegria, fé e amor, tendo como referência o modo de ser e agir da Irmã Benigna.

 

Além do prédio e da parte externa, integrada ao “Residencial Irmã Benigna-RIB” há também uma Gruta e uma Igreja. Tão logo a Congregação readquiriu o local, as imagens de nossa Senhora de Lourdes e Nossa Senhora de Fátima, que são da época em que as Irmãs moraram lá, foram colocadas na Gruta para abençoar o local, bem como os trabalhos de reforma e revitalização do espaço.

 

A inauguração da Igreja, que será dedicada a Nossa Senhora da Piedade, acontecerá dentro das comemorações do Centenário da Arquidiocese de Belo Horizonte e da Oitava de Natal, no dia 28 de dezembro deste ano. Nela haverá um vitral da Irmã Benigna e outro do Monsenhor Domingos, além dos Santos padroeiros. Para a Missa de inauguração e bênção da Igreja, a imagem da Irmã Benigna em 3D estará presente. Essa imagem, que é a primeira, ainda não poderá ser venerada, reproduzida ou comercializada, uma vez que o Processo de Beatificação da Serva de Deus se encontra em andamento.

 

Quanto mais se torna conhecida a vida da Irmã Benigna, mais a Serva de Deus enaltece a sua Congregação. No artigo do JIBN 1, pág. 8, escrito pelas Irmãs da Ciansp, podemos ler trechos de ação de graças pela vida da Serva de Deus na Congregação: "Agradecemos a Deus pela sua vida, como Auxiliar de Nossa Senhora da Piedade, colocando em seu colo os ‘mortos vivos’ à espera da ressurreição. Ela que não media esforços e sempre saía em direção a todos que a procuravam, levando-lhes o bálsamo consolador. Com suas palavras suaves e ternas, era a precursora preparando os corações, para receberem as sementes lançadas e frutificadas em graças”.

 

Que a cada dia, mais pessoas busquem seguir o caminho de Deus, animadas pelo testemunho de vida, de fé e caridade da Irmã Benigna, que acolheu o chamado de Deus e viveu com fidelidade a sua consagração, tornando-se digna de estar a caminho da honra dos altares. Que do Céu, ela interceda sempre mais pelos seus amigos e devotos, por aqueles que ainda irão conhecer a devoção, pela Igreja, por sua Congregação e pela humanidade inteira; pois, como ela mesma dizia à sua amiga e presidente da Amaiben, D. Maria do Carmo Mariano, quando morresse, poderia ajudar muito mais.

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